23 de agosto de 2006

Série CAI O PANO - 7

CAI O PANO – Parte 2 (3)
TERRAS, RIQUEZAS, PRODUÇÃO E GUERRILHA

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Pequena Introdução

Por ser esta série de artigos longa e ter que ser divulgada em capítulos, pode a princípio passar a impressão de que rumará ao ufanismo anti-imperialista, como acontece com tantas outras análises. Não rumará. Ela pretende estabelecer uma base de raciocínio para a discussão de um posicionamento brasileiro em relação às forças de poder mundialmente estabelecidas, a fim de transformar o Brasil, de objeto manipulado, em parceiro consciente, com direito a voto e a todos os benefícios de desenvolvimento, pela posição estratégica que ocupa no cenário de disputa mundial. O objetivo é: Conhecimento, Conscientização, Escolha de Parceiros Ideológicos e Econômicos (Pró-Ocidentais) e Imposição Inteligente de Contrapartidas Beneficiadoras.
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Fronteiras que abrangem 8.500.000 Km², uma população de 180 milhões e uma infinidade de riquezas (recursos minerais + território + mercado interno) são algumas das condições básicas para que um país se torne uma potência mundial. Somente cinco países no mundo preenchem esses requisitos e o Brasil é um deles.

O poder mundial está em jogo e, por trás dele, o desejo de construir uma sociedade global sob o comando dos grandes impérios financeiros. O Brasil é território importantíssimo a ser conquistado e subjugado nessa guerra – e quem acompanha essa Série está cansado de saber porquê. Nossos recursos minerais e agrícolas, devidamente “controlados” podem garantir o emprego, o padrão de vida e a estabilidade política do que hoje conhecemos como Primeiro Mundo (justamente para que o CFR possa continuar colocando seus homens no poder), e, conseqüentemente, o mundo ideal para o exercício do poder das grandes oligarquias financeiras.

Os partidos que estão no governo dos países do Primeiro Mundo sabem perfeitamente que sua permanência no poder depende da criação de empregos. Para criar empregos é necessário que haja uma demanda sempre crescente de produtos e serviços. Como os mercados internos dos países desenvolvidos estão saturados, o consumo interno é relativamente inelástico, mesmo com o constante incentivo ao consumismo desenfreado, e isto obriga os governantes a estar em constante necessidade de expandir as exportações. Mas exportar para onde, já que os outros países desenvolvidos enfrentam os mesmos problemas? É preciso que aqueles outros que estejam em desenvolvimento sejam capazes de absorver o que precisa ser exportado. Para que isso aconteça, é imprescindível que eles não tenham condições de caminhar para a auto-suficiência, especialmente no que se refira ao tipo de produto que os países do Primeiro Mundo precisem exportar.

O agrobusiness, portanto, tem enormes interesses em criar embargos a países como o Brasil. Através de Ongs, de políticos e de órgãos governamentais, o agrobusiness financia, treina e garante politicamente, a guerrilha e a institucionalização de movimentos como o MST – para inibir investimentos na agropecuária, através do terror, a fim de garantir seus mercados de exportação. Todas as ações da guerra comercial travada contra o Brasil são coordenadas pelos departamentos de comércio exterior de governos estrangeiros, sob o controle das grandes organizações financeiras.

Outro setor que tem enormes interesses no Brasil é o mercado financeiro internacional que é dominado por aqueles que controlam as flutuações da Bolsa de Metais de Londres. Este mercado está cada vez mais vulnerável porque o financiamento à produção é limitado e depende de aplicações especulativas. É por isso que a produção mineral de países como o nosso, por exemplo, precisam estar sob controle - uma vez que, no final das contas, as flutuações da Bolsa de Metais de Londres dependem disso. Não é à toa que a Vale do Rio Doce, que é o maior instrumento de extração e transporte dos recursos minerais brasileiros, foi tomada de assalto, por capitais internacionais.

Esse é um dos motivos pelos quais os globalistas não querem que a Amazônia se desenvolva. Financistas internacionais ingleses e americanos pretendem controlar os recursos minerais da Amazônia, por isso convulsionam o Brasil, apoiando a guerrilha do MST, a criação de “Nações indígenas” e a ação de ONGS. O fato gerador do progresso é o lucro e a única forma de se impedir a intervenção estrangeira na Amazônia, a serviço da pirataria internacional, é através do seu povoamento e conseqüente desenvolvimento econômico (e há inúmeros estudos não publicados que garantem que isso pode ser feito sem prejuízo da preservação da vegetação e da fauna daquela região). Uma das formas mais rápidas de concretizar esse objetivo, por exemplo, seria a instalação de um corredor de exportação pelo Peru, com o apoio do Japão, por exemplo, que não se negaria a financiar estradas ou ferrovias para esse fim, já que isso, além de desenvolver toda a Região Amazônica, baratearia para o mercado asiático a soja brasileira produzida em Mato Grosso e Rondônia e facilitaria a exportação de minerais brasileiros para toda a Ásia.

A AMAZÔNIA DEVE SER PRESERVADA PORQUE É O CENTRO MUNDIAL DE RESERVAS VITAIS PARA A RECONSTRUÇÃO DO IMPÉRIO GLOBAL, APÓS UMA EVENTUAL DESTRUIÇÃO ATÔMICA QUE OS ALIADOS DE ESQUERDA PUDESSEM IMPOR AOS EUA, À ISRAEL E A ALGUNS PAÍSES DA EUROPA. ESTARIA DERROTADO O BERÇO DA CULTURA OCIDENTAL. COMEÇARIA O ADVENTO TRIUNFAL E ABSOLUTO DA NOVA ORDEM MUNDIAL. NESSE SENTIDO, A REGIÃO AMAZÔNICA É A MAIS IMPORTANTE DO MUNDO.

O poder colonizador do império transnacional pretende desagregar o território brasileiro, para dominar e explorar as reservas de minérios estratégicos, localizadas na Amazônia – sem mencionar os recursos hídricos. O objetivo é apoderar-se da região Fronteiriça à Venezuela, se possível do Rio Solimões para cima - de um lado a “Cabeça do Cachorro”, do outro a “Reserva Ianomâmi”, no meio o território da Venezuela. Não foi por outra razão que o G 7 (grupo dos 7 países mais poderosos do mundo) gastou US$ 600 mil para financiar a “demarcação” da “reserva indígena”, que segundo eles, abrigaria 30.000 índios. O número de índios, entretanto, é bem inferior a isso, como no caso dos Ianomâmis, por exemplo. Nem o Brasil precisa do dinheiro do G-7 e nem os poucos índios que, porventura, estejam na região, precisam de tanto território. O objetivo é criar falsas nações indígenas que justifiquem uma eventual intervenção na Amazônia, inclusive militar.

Um exemplo de como as reservas podem ser criadas com base em falsos argumentos é a criação da reserva indígena Wai-Wai. Uma portaria assinada, em 11/12/1998, pelo então Ministro da Justiça de FHC, Renan Calheiros (atual presidente do Senado e franco aliado do presidente Lula), criou a reserva Wai-Wai (área inicial de 330 mil hectares, posteriormente aumentada para 450 mil hectares). Alegava-se que as tribos que ali viviam estavam naquele território “desde tempos imemoriais”. Não era verdade. Na edição da Folha de Boa Vista do dia 26 de agosto de 1999, o ex-oficial da Força Aérea Brasileira, Arnaulf Bantel, conta que os wai-wai foram trazidos para o Brasil da atual República da Guiana, na década de 60, numa ação do governo brasileiro para evitar o massacre daquela etnia por parte dos índios tiriós que habitavam o sul do Suriname. Bantel era um dos pilotos da Operação Mapuera, cuja missão foi abrir pistas de pouso ao longo da fronteira do Brasil com a Guiana, na região do rio Anauá, onde os wai-wai habitam atualmente.

Na outra ponta do problema da criação de reservas indígenas, cidadãos brasileiros indefesos são vítimas da ganância das transnacionais, com a cumplicidade do governo. O cidadão Terêncio Tadeu de Lima, por exemplo, aos 63 anos de idade - uma pessoa que passou a maior parte de sua vida útil cuidando de uma propriedade rural, educando seus filhos e cumprindo deveres como cidadão - vê-se obrigado a sair de suas terras, enxotado pelo próprio governo federal que sequer o indenizou. Ele é apenas mais um dos integrantes das cerca de 250 famílias que seriam arrancadas da reserva indígena Raposa/Serra do Sol. O decreto de homologação, assinado no dia 15 de abril de 2005, concedia prazo de um ano para a retirada das famílias. Os índios começaram a tomar conta das terras e as famílias não tinham para onde ir e nem haviam recebido indenização.

A estratégia das transnacionais é para que possam se beneficiar do desvio de minérios, a partir das reservas minerais de Araxá e Catalão, garantindo o abastecimento e a formação de reservas de minérios que não possuem em seus respectivos territórios. Para que isso seja possível, foi fundamental a criação do Ministério da Defesa que submete as Forças Armadas, no final das contas, às políticas governamentais, possibilitando que as mesmas sofram um processo de sucateamento e de desmoralização. O objetivo final seria transformá-las em tropas de polícia a serviço do império global.

A trama urdida pelos diversos setores da economia internacional se entrelaça, porque utiliza os mesmos agentes e o mesmo “modus operandi”, independentemente do setor a beneficiar (financeiro, mineração, agrobusiness, industrial e etc.). É o colonialismo moderno. Essa admirável orquestração torna o inimigo quase invencível, transformando os políticos e governantes em meros agentes de seus interesses. A corrupção resultante fragiliza a malha institucional, abrindo espaço para a ação do crime organizado, em todas as suas especialidades e esferas de ação. A violência é mais uma das conseqüências desse processo.

A escalada da violência ocorre em razão de dois fatores: o desinteresse dos governantes em coibi-la e a associação dos criminosos com membros do poder do Estado, que lhes garantem o sucesso das operações criminosas. Os donos do mundo real provocam a luta de classes e promovem o crime organizado, tanto para lucrar, como para estabelecer válvulas de escape para a “panela de pressão” social. É a politização do crime como fator de distribuição de renda.

As autoridades nunca se referem ao crime organizado em suas justificativas públicas, sem passar a idéia de que a violência tem sempre, e quase que apenas, raízes sociais e econômicas. Na realidade, tudo ocorre por omissão e comissão do próprio poder. Por desinformação da sociedade, o crime ramifica os seus tentáculos, protegido pela suposta democracia, cujo processo eleitoral é insuficiente, isoladamente, para preservar o interesse público. O crime organizado (criminosos comuns + agentes do Estado), aliado ao capital transnacional, é um inimigo invencível, à espreita de todas as oportunidades de lucro. Resta, à sociedade, por seus segmentos mais esclarecidos, conscientizar-se do problema para, conhecendo o inimigo, estabelecer mecanismos de defesa que procurem neutralizar ou minimizar sua ação.

No caso do Brasil, tudo indica que a ação terrorista esteja em andamento e que poderá ser deflagrada a qualquer instante, com apagões, atentados, golpes e contragolpes – já estamos vendo ensaios desse tipo de coisa na invasão do Congresso por membros do MLST, na depredação de um laboratório da empresa Aracruz, na Bahia, e nos ataques do PCC em São Paulo. Sendo assim, o trabalho de inteligência precisa ser intensificado e teria que ser homogêneo em todo o território nacional - o que significa dizer que talvez somente as Forças Armadas estivessem em condições de empreendê-lo com a eficiência necessária para propiciar a antecipação da ação. O problema é que o comando das FFAA não pode estar sob influências políticas, porque, em assim estando, de pouco ou nada adiantaria o trabalho de inteligência, já que o resultado dos trabalhos poderia ser usado em favor de quem esteja no poder (Quem não se lembra dos documentos da ABIN que poderiam confirmar a doação das Farc para o PT, em 2002) (Leiam: Ameaças Difusas: http://infomix-cf.blogspot.com/).

Não convém falar aqui do que poderia acontecer em cidades como Rio e São Paulo caso bandos mobilizados de arruaceiros, agitadores e criminosos resolvessem promover uma onda conjunta de violência e depredações. Não convém porque há que se ter responsabilidade com aquilo que se divulga e que pode, ao invés de informar, formar idéias. Nas outras Capitais o problema é o mesmo, variando, apenas, em intensidade. Mas, nenhuma força armada teria condições de sufocar a violência desencadeada por multidões furiosas, em várias Capitais, ao mesmo tempo. Um cenário que poderia ser agravado pelo terrorismo no campo, orquestrado pelo MST e por seus congêneres, que poderiam contar, inclusive, com a participação de terroristas de países vizinhos (FARC, F.Manoel Rodrigues, MIR, Sendero, cubanos, Tupac-Amaru), que já operam livre e impunemente em território nacional.

É importante lembrar, que os ideólogos do terror estão unindo todos os movimentos no mesmo objetivo. Já ocorreram "manifestações" conjuntas de "sem teto" e de "sem terra". Já houve o gravíssimo episódio da invasão do Congresso Nacional por um grupo de manifestantes enfurecidos e muito bem organizados do MLST. Os movimentos pelos "direitos humanos" integram essa orquestração sinistra, defendendo, na prática, a politização do crime como fator de distribuição de renda.

Levando-se em consideração que as Forças Armadas, vitimadas por doutrinas externas, têm sido estranguladas em sua operacionalidade com a redução inexorável do seu orçamento, com a modificação de conteúdos de estudos e com a redução criminosa dos salários, é muito provável que as forças contrárias aos interesses do Brasil já estejam agilizando a tomada do poder, a partir do caos. A estratégia tem vários exemplos na História – alguns deles ocorridos há cerca de 2000 anos, como foi o caso de Catilina, que quase tomou o Império Romano. A única opção de defesa seria a antecipação da ação das forças de segurança, para bloquear a mobilização das guerrilhas urbanas e rurais, neutralizando as lideranças, nacionais e estrangeiras, envolvidas no processo.

Tendo em mente estes interesses das transnacionais da globalização, fica mais fácil compreender o que tem acontecido no Brasil nos últimos 20 anos. Por que programas como o Pró-Álcool vingaram e depois foram abandonados? De onde surgiu o poder do crime organizado? Por que privatizamos empresas que atuam em áreas estratégicas? Por que passamos a importar produtos que costumávamos exportar? E por que nossa dívida interna pulou de 50 milhões para 1 trilhão de reais em vinte anos?

Já vimos que o Primeiro Mundo precisa expandir seu mercado consumidor e suas exportações para resolver o problema de criação de empregos. Vimos também que isso é de extrema importância para a estabilidade dos governos dos países desenvolvidos. Sabemos que as poderosas organizações transnacionais, cujos cérebros residem nestes países, precisam que eles estejam em condições de estabilidade e de relativa prosperidade, para que elas possam continuar a expandir seu poder e a aumentar suas riquezas, até que se tornem donas do mundo e do poder absoluto.

O agrobusiness é um dos alicerces desse processo de expansão e estabilidade. Nesse contexto, países como o Brasil devem se enquadrar como consumidores e não como concorrentes ou nem mesmo como auto-suficientes. É essa condição que tem determinado os rumos dos negócios agrícolas do Brasil nos últimos 20 anos. E, como já vimos anteriormente, não podemos deixar de relacionar a ocupação e a expansão das áreas de plantio com as necessidades de disponibilização dentro da nossa condição de Zona de Retaguarda.

Quando Sarney assumiu a presidência da república, em 1985, deu-se início à reforma agrária nos moldes retrógrado-socialistas que, como já vimos, interessam muito mais ao capital internacional do que ao povo (MUITO AO CONTRÁRIO DO QUE MUITA GENTE QUE SE JULGA BEM INFORMADA É LEVADA A CRER PELA MUITO BEM TRABALHADA PREGAÇÃO IDEOLÓGICA DE MOVIMENTOS COMO MST, MLST E OUTROS) – facilmente manipulável através do discurso de justiça social. É neste discurso que está a semente de ódio que floresce na luta de classes. O demagógico e falso objetivo da reforma agrária inibiu os investimentos na agropecuária, provocando o encolhimento da área cultivada em pelo menos 25%, o desemprego de mais de 3 milhões de trabalhadores rurais e o conseqüente desabastecimento dos centros urbanos - o que culminou com a necessidade de importar mais de US$ 3 bilhões em arroz, milho e trigo.

É bom lembrar que em 1985 já está se dando o processo de tomada da Zona de Retaguarda do Ocidente pelas forças que compõem a frente Oriental. De modo que, ao mesmo tempo em que se começa a determinar a estratégia de inibição do desenvolvimento agrícola do Brasil, inicia-se, também, o processo de esquerdização que pretende culminar com a concretização do paraíso do controle e do monopólio – o Capitalismo de Estado (ou Comunismo de mercado), que será o sistema econômico do Governo Mundial.

A reforma agrária, da forma como é apregoada e implantada, contraria os interesses do Brasil, entre outros motivos, porque o minifúndio inviabiliza o abastecimento - além de não criar empregos, desestruturar o sistema produtivo existente, inibir investimentos na agricultura e perenizar o assistencialismo.

José Pedro Stedile, “coordenador” nacional do MST, declarou ao Jornal o Estado de SP, EM 12-01-1997: “a produção agrícola nacional deve limitar-se ao mercado interno”. Afirmou, ainda, ser desnecessária a exportação de produtos agrícolas. Isso revela a perfeita consonância entre os objetivos do MST e os dos agrobusiness internacional, na preservação de seus mercados para exportação. A traição fica mais evidente, quando se observa que grande parte dos “donativos” para a esquerda brasileira vem do exterior. Stedile ainda afirmou à reportagem, naquela ocasião, que “por enquanto, não é necessário temer o MST, isso acontecerá mais tarde”. Acho que, hoje em dia, entendemos o que ele estava querendo dizer. Pena que ainda haja quem possa considerar como expressão de nacionalismo o que este movimento apregoa.

Para se ter uma idéia do que o MST classifica como terra adequada para a ocupação, podemos citar o exemplo da empresa agro-industrial ARAUPEL.

O MST prega que a Reforma Agrária resolverá o problema dos sem terra, aumentará a produção, distribuirá renda e riqueza, dinamizará a economia, acabará com a fome e a miséria, gerará milhões de empregos e trará dignidade para uma grande parte da população. Para isso, prega que é preciso estabelecer um tamanho máximo por região de 35 vezes o módulo rural regional - todas as propriedades acima disto deveriam ficar passíveis de Reforma Agrária. Segundo o MST é a elite, a classe dominante que governa o Brasil, que não quer a Reforma. São eles os banqueiros, industriais, grandes empresas, sócios de multinacionais, todos também latifundiários.

Em relação à ARAUPEL, o MST diz que é o maior latifúndio do Paraná, abrangendo os municípios de Rio Bonito de Iguaçu, Nova Laranjeira e Quedas do Iguaçu. O movimento diz que a maior parte das terras foi grilada e muitos posseiros assassinados pelos seus prisioneiros. Pela sua extensão e pela qualidade dos solos, segundo o MST, a ARAUPEL gera pouquíssima produção, quase não gera impostos, pouco dinamiza e movimenta a economia local e emprega poucas pessoas. A riqueza produzida fica com pouquíssimas pessoas e não é aplicada no município nem na região. Para o MST, desapropriando esse latifúndio e fazendo assentamentos, daria para assentar milhares de famílias e a produção de riquezas na região se multiplicaria por 5 vezes, aumentando a circulação de mercadorias na região, principalmente no município de Quedas do Iguaçu. As florestas que ainda existem são totalmente degradadas, conforme atestaram em documentos e pronunciamentos vários órgãos e as entidades ambientalistas. Para o MST, essas florestas devem ser preservadas.

Agora, vamos aos números da ARAUPEL. A empresa exerce forte influência sobre o perfil sócio-econômico da região. Seus 1600 colaboradores diretos são a base da movimentação econômica do município de Quedas do Iguaçu - cidade com 27 mil habitantes. A ARAUPEL responde por 70% da arrecadação local, emprega 1.400 trabalhadores registrados e contrata outros mil terceirizados. A ARAUPEL produz 250 mil metros cúbicos de molduras, painéis e componentes de madeira para a indústria da construção civil, por dia, é a maior exportadora brasileira de molduras, painéis e componentes para a construção civil, movimentando US$ 3 milhões por mês e respondendo por cerca de 15% das exportações do país, neste setor. Toda a produção é exportada para Estados Unidos, Canadá e Europa. A empresa exporta US$ 32 milhões de produtos de madeira, produz US$ 5milhões em cereais, com lavoura mecanizada, e US$ 1 milhão em erva mate, respondendo por 52% do ICMS recolhido no Município de Quedas do Iguaçu.

Em 1996, o MST ocupou este latifúndio e obrigou o governo comprar 27 mil hectares da ARAUPEL, onde hoje estão assentadas 1480 famílias. Em 2003, mais de dois mil sem-terra invadiram a fazenda da empresa novamente, dessa vez requisitando mais 25 mil hectares. O superintendente do Incra-Paraná, Celso Lisboa de Lacerda, e a ouvidora agrária nacional adjunta, Maria de Oliveira, estiveram no local colhendo informações para a elaboração de uma proposta de compra, pelo Incra, de parte da propriedade para o assentamento definitivo dos sem-terra. Na ocasião, a ARAUPEL afirmava que a propriedade não estava à venda, principalmente porque, no passado, já havia cedido 1/3 de sua área para o Incra (entre 1996 e 1998 a empresa reduziu sua propriedade em 28 mil hectares). Desde 1999, 800 famílias de sem-terra ocupam uma área de cerca de 4,2 mil hectares. A recente invasão é considerada uma das maiores ações do MST em 2003 e provocou a revolta dos moradores do município, que pedem a expulsão dos sem-terra.

Em 2006, a situação é a seguinte: 25 mil hectares da ARAUPEL serão desapropriados. A empresa e o Incra fecharam um acordo para o pagamento de R$ 75 milhões pelas benfeitorias. Mas o dinheiro está depositado numa conta judicial e ainda não chegou às mãos da empresa. Há um processo na Justiça Federal para determinar se os títulos de propriedade da ARAUPEL sobre as terras que ocupa são nulos ou válidos. Se a Justiça concluir que os títulos são válidos, o Incra também deverá indenizar a empresa pelo valor da terra nua. Se a conclusão for pela nulidade, a ARAUPEL só terá direito mesmo ao pagamento das benfeitorias.

A crise agrícola acabou por cortar 3 milhões de empregos, em razão da perda de 8 milhões de hectares da área plantada desde 1989. Crise agravada por falta de política agrícola, custo de capital incompatível com a atividade e ataque aos agropecuaristas por parte do MST e do Governo, através do INCRA.

O INCRA foi tomado por pessoas comprometidas com a visão ideológica de esquerda sobre a Reforma Agrária, que a utilizam com nítidos objetivos pessoais, e que transformaram um órgão público em “cartório de reforma agrária”, comprometendo a sua imparcialidade. Em razão disso, os chamados “laudos de produtividade” são elaborados por agrônomos que incentivam as invasões de fazendas visivelmente produtivas.

O MST e o INCRA também têm como alvo as fazendas de pecuária extensiva, cuja produção é estratégica por não concorrer na cadeia alimentar do homem. No Brasil produz-se proteína vermelha apenas com a luz do sol e com capim. Os capitais internacionais ligados ao agrobusiness pretendem que o Brasil confine gado para importar mais milho e outros grãos, criando um fabuloso mercado consumidor de 160 milhões de reses.

Também não escapam das ações do “terror transnacional” os transgênicos – produtos obtidos através de manipulação genética das espécies para gerar outros produtos mais eficientes em termos de resistência a pragas e mais competitivos, principalmente no mercado de exportações. Nossa soja é um exemplo. Ela vem sendo boicotada justamente para que não haja desenvolvimento do setor, que se tornaria extremamente competitivo e ameaçaria a hegemonia de países como os EUA. O mundo consome uma série de produtos geneticamente modificados, há anos e anos, sem que isto tenha sido motivo de alarme “natureba” e muito menos de boicote por parte de importadores de um modo geral. Assim como inferniza os plantadores de pinus da indústria de celulose (pela sua eficiência, é claro), o MST também age contra os plantadores de soja transgênica. Como não poderia deixar de ser, o movimento não está só: a campanha contra os transgênicos de países em desenvolvimento é uma das bandeiras da ONG Geen Peace (uma das maiores defensoras dos interesses das transnacionais do Governo Mundial).
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MST destrói em SC plantação de soja considerada transgênica

JAIRO MARQUES - da Agência Folha - 06/02/2001 - 19h49

Integrantes do MST de Santa Catarina destruíram hoje dois hectares de uma plantação de soja que, segundo os sem-terra, seria transgênica. A ação aconteceu um dia após a visita de João Pedro Stedile, ideólogo do MST, ao Estado. Ele anunciou uma ofensiva contra os alimentos geneticamente modificados. O ataque aos transgênicos entrou na pauta dos sem-terra já no fim do ano passado, com ações em Pernambuco; mas, foi durante o Fórum Social Mundial em Porto Alegre, semana passada, que o MST empunhou oficialmente a nova bandeira.

Com o líder agrário francês José Bové, o MST destruiu uma lavoura de pesquisa da multinacional Monsanto. Cerca de cem pessoas participaram do ato, que ocorreu em uma pequena propriedade rural em Linha Simonete, em Chapecó (630 km a oeste de Florianópolis). Estudantes de agronomia, membros do Sindicato dos Trabalhadores Rurais e do Movimento de Mulheres Agricultoras também estiveram presentes. O proprietário da plantação é Neuro Zanrosso, que estava no Mato Grosso do Sul e não foi localizado. A área total plantada era de três hectares. Dois hectares foram destruídos.

O MST informou que concluiu que a lavoura era transgênica porque, na semana passada, integrantes do movimento teriam aplicado um herbicida nas plantas que reagiria caso a plantação não fosse geneticamente modificada. O diretor-técnico da Epagri (Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina), Gilmar Jacobowski, afirmou que existe um tipo de herbicida que mata a soja não-transgênica, mas não soube dizer se os sem-terra têm acesso a ele. A Polícia Militar de Chapecó informou que não foi acionada para intervir na ação. Os manifestantes deixaram o local logo após arrancarem a soja. As lideranças do MST em Santa Catarina prometem novas ações em supostas áreas de plantação transgênica no Estado nos próximos dias.
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Outro exemplo. No início da década de 80, a região do Pontal do Paranapanema, liderada por Presidente Prudente, vivia intenso progresso econômico em razão de sua vocação natural para a pecuária de corte. As terras arenosas do Pontal não se prestam para a agricultura, porque a aração constante provoca erosão. Esta dificuldade foi contornada pelos ruralistas locais, com a exploração da pecuária extensiva, que protege o solo com o capim.

Porém, para infelicidade dos seus habitantes, a região é estratégica para o MST, por estar na fronteira de três Estados da União – São Paulo, Paraná e Mato Grosso do Sul – além de ser próxima à fronteira com o Paraguai. Na área estão instaladas várias usinas hidrelétricas, de sorte que o seu controle é fundamental para movimentos terroristas.

Nos anos oitenta, André Franco Montoro governava São Paulo. De formação esquerdista, era favorável à socialização do campo. Esta conjugação política entre Montoro e Sarney, então presidente, decretou a decadência econômica do Pontal do Paranapanema. Para viabilizar a desestruturação fundiária no Pontal, membros da Procuradoria do Estado de São Paulo e do Ministério Público Estadual planejaram lançar dúvidas sobre as propriedade das fazendas da região. Ressuscitaram antigas ações discriminatórias para convencer a opinião pública de que as terras de quase todo o Pontal seriam devolutas. Com base nesse artifício, Montoro confiscou uma fazenda modelo, nela alojando o MST.

Como era impossível desapropriar todas as fazendas para reforma agrária, o Governo do Estado destruiu o domínio das propriedades. Mas, mesmo sem indenizar as terras, era necessário pagar os fazendeiros pelas suas benfeitorias, e não havia dinheiro para isso. A solução para quebrar a resistência dos produtores rurais e lhes tirar os recursos para custear demandas judiciais foi promover o terrorismo, em todo o Pontal, usando o MST para invadir e destruir as fazendas. Desde então, de forma covarde, sistemática e criminosa, os governos de São Paulo, desde Montoro até Covas, vieram sustentando a ação criminosa da guerrilha, garantindo-lhe recursos e, o principal: a impunidade.

Essa ação deletéria favorece os interesses das transnacionais do Governo Mundial, na guerra comercial por empregos e mercados, uma vez que destrói, de dentro para fora, a agropecuária, que era praticamente o único seguimento superavitário da balança comercial (13 bilhões de dólares em 1999). É bom ressaltar, ainda, que a pecuária extensiva é estratégica para o Brasil, porque produz carne, com capim e sol, sem concorrer na cadeia alimentar do homem.

Os conspiradores em ação (desde o Pontal) usurparam os poderes da máquina do Estado em proveito de seus objetivos ideológicos. Pretendendo destruir a estrutura fundiária, para implantar a sua “nova ordem” (levar a revolução do campo para a cidade), golpeiam de morte a balança comercial, o abastecimento, a “usina de empregos”, as instituições e a vida dos cidadãos, favorecendo, consciente ou inconscientemente, os rapinantes e os concorrentes internacionais do Brasil, de quem obtém apoio político e econômico, através das chamadas ONGs. Em síntese, seu objetivo é tomar o poder através de Golpe de Estado, cuja ação já desencadearam.

No governo de Fernando Henrique Cardoso a situação não só não se modificou como piorou – como num plano maquiavélico de continuidade de um projeto entreguista de destruição. A lógica, entretanto, não explicaria a persistência do governo FHC em apoiar o desagregamento do sistema produtivo de alimentos no país. O Ministro Paulo Renato, companheiro de exílio de FHC no Chile, era abastecido de alimentos por seu irmão, fazendeiro no Rio Grande do Sul, que mensalmente ia ao Chile de caminhonete para levar-lhe comida. O Chile de Alliende vivia um racionamento de alimentos, em razão de desastrosa reforma agrária promovida pelo governo. Fernando Henrique viveu isso, portanto, não poderia ignorar o que estava provocando.

FHC e sua equipe, desconsiderando que imposto no campo é confisco na mesa, acuaram os produtores brasileiros de alimentos, com toda sorte de medidas contrárias à atividade: 1) juros extorsivos, incompatíveis com a atividade agropecuária; 2) instabilidade política, permitindo que a guerrilha do MST e de congêneres invadisse e destruísse inúmeras fazendas, inibindo o investimento no setor; 3) câmbio desfavorável e taxação das exportações, quando todos os países subsidiam os exportadores; e, finalmente, como já foi citado, 4) reforma agrária - política que naufragou em todo o mundo por contrariar princípios econômicos, comprometer o abastecimento e socializar prejuízos, além de implementar o assistencialismo.

Diante das agruras e perseguições, os agropecuaristas, com certeza, deixariam de investir na atividade e isso fez com que o maior país agrícola do mundo acabasse importando alimentos da América e Europa, a custa de endividamento. A abertura desenfreada do mercado levou o país, que já foi auto-suficiente em trigo, por exemplo, a importar em média 6 milhões de toneladas de trigo, em 1998. A safra de algodão também despencou e o milho que teve a menor área plantada desde 1987.

No governo de Lula a situação piorou muito e, apesar de todos os escândalos de corrupção que envolveram (e ainda envolvem) seu governo, ele continua lá, firme e forte no poder. Em sua passagem pela presidência da república, Fernando Collor de Melo, por muito menos, foi forçado a renunciar antes do final de seu mandato. Não vou falar sobre isso agora, mas, vale adiantar que, entre outras coisas, Collor era radicalmente contra o tipo de reforma agrária que todos os outros presidentes não só permitiram como incentivaram.

Uma última questão deve ser lembrada nesta parte da série de artigos. Para o mercado norte-americano de exportações agrícolas, seria desastroso um corredor de exportação do Brasil através do Peru, com o apoio do Japão. Essa iniciativa encurtaria em dois terços a rota de exportação para o Oriente, desenvolveria o norte do país consolidando a Amazônia Brasileira e poria em risco os 193 bilhões de dólares em exportações americanas para a Ásia. Toda a exportação de grãos produzidos em Mato Grosso e Rondônia (23% da produção nacional) escoaria pelo Pacífico ao invés de fazer “turismo” pelo Amazonas e pelo Atlântico.

É importante que se faça uma revisão do que foi visto até agora para que não percamos o foco. Quando se iniciou o processo de reversão da Zona de Retaguarda (América do Sul, abaixo do Equador) do Ocidente para o Oriente é preciso ter em mente que este jamais seria possível se o próprio Ocidente não estivesse vindo a vivenciar, gradativamente, uma crescente onda de infiltração gramsciniana que, por sinal, pôde provar, pela primeira vez, sua capacidade de ação, na Guerra do Vietnã.

A financeirização da economia e a desmercantilização do capitalismo foram, aos poucos, permitindo uma cada vez maior e irreversível transferência de riqueza e de poder para as mãos dos idealizadores da Nova Ordem Mundial. De modo que aquilo que ficou, e ainda é, inadvertidamente, conhecido como o império norte-americano foi sendo desmontado cuidadosa e meticulosamente até que viesse a se tornar a mera figura de linguagem em que hoje se transformou, e por trás da qual age, na realidade, o Governo Mundial, inclusive e necessariamente em detrimento do povo e do Estado norte-americanos. Revezam-se na presidência dos EUA homens ligados e indicados pelo centro de comando e de poder do governo mundial – o CFR (Council on Foreign Relations).

Na medida em que o grande império americano foi sendo tomado e a Zona de Retaguarda Ocidental dominada, foi-se ganhando tempo para que o Oriente organizasse seus sistemas de defesa antinuclear e sua capacidade de ataque – já, agora, descentralizada e diversificada. A pergunta é: não seria então mais fácil, já que tudo parece estar dominado, simplesmente acabar com a corrida nuclear e desarmar o planeta, de modo a não correr riscos de desastres de grandes proporções? Não. E não é muito difícil entender o porquê. Hoje, e ainda assim será por muito tempo, é preciso que exista a sensação de ameaça e de medo permanentes, para que se possa controlar os indivíduos e, conseqüentemente, as sociedades. Muita coisa hoje já se aceita sob a alegação de ser um mal necessário para que se tenha segurança. Nesse processo de dominação para a instalação da Nova Ordem Mundial, não está descartado, de modo nenhum, a eventual necessidade de ataques nucleares que sirvam ao mesmo tempo para eliminar inimigos incômodos como também para constituir futuros elementos de coação e controle.

Continua...


IMPORTANTE:
Uma boa parte do que está escrito nesta parte da Série, foi baseada nas preciosas informações que recebi de um amigo internauta. Trata-se de um trabalho – O FIO DA MEADA – de autoria do Dr. Antônio José Ribas Paiva - Presidente da União Nacionalista Democrática. Embora sua visão do “inimigo” seja diferente da minha, o que, evidentemente, faz com que nossas estratégias de reação sejam diferentes em significativos detalhes, acredito que, na realidade, os dois trabalhos (o dele e o meu), até certo ponto, sejam complementares.

16 de agosto de 2006

Série CAI O PANO - 6

CAI O PANO – Parte 2 (2)

O TRUQUE DA CIRANDA FINANCEIRA E DO DINHEIRO DE PLÁSTICO
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Pequena Introdução

Por ser esta série de artigos longa e ter que ser divulgada em capítulos, pode a princípio passar a impressão de que rumará ao ufanismo anti-imperialista, como acontece com tantas outras análises. Não rumará. Ela pretende estabelecer uma base de raciocínio para a discussão de um posicionamento brasileiro em relação às forças de poder mundialmente estabelecidas, a fim de transformar o Brasil, de objeto manipulado, em parceiro consciente, com direito a voto e a todos os benefícios de desenvolvimento, pela posição estratégica que ocupa no cenário de disputa mundial. O objetivo é: Conhecimento, Conscientização, Escolha de Parceiros Ideológicos e Econômicos (Pró-Ocidentais) e Imposição Inteligente de Contrapartidas Beneficiadoras.

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No final da década de 1980, um grupo de intelectuais do Institute for International Economics reuniu-se para discutir o ajuste das economias latino-americanas à chamada Nova Ordem mundial. As formulações ali estabelecidas foram sistematizadas por John Willianson e ficaram conhecidas como Consenso de Washington. Muitos dizem que os estudiosos estavam a serviço de instituições financeiras (que hoje sabemos ser a esquerda internacional globalista) e do governo dos Estados Unidos. Outros dizem que somente aos primeiros. Mas, o fato é que, para as instituições financeiras internacionais, os recursos destinados aos países em desenvolvimento estavam sendo desperdiçados, porque muitos deles estavam primando pela inadimplência. Para evitar o agravamento desses problemas, ficou, então, decidido que os destinatários desses recursos teriam que se sujeitar às regras da formulação de Willianson: 1) Disciplina fiscal; 2) Redução dos gastos; 3) Reforma tributária; 4) Juros de mercado; 5) Câmbio de mercado; 6) Abertura comercial; 7) Investimento estrangeiro direto, com eliminação das restrições; 8) Privatização das estatais; 9) Afrouxamento das leis econômicas e trabalhistas; e 10) Direito de propriedade.

Os dez mandamentos do Consenso deram origem à adoção de modelos econômicos que primavam pela subordinação do Estado ao Mercado – é o que muita gente chama de liberalismo econômico e que induz a um engano provocado pela proposital confusão entre liberalismo e liberdade. Não é uma subordinação do Estado a um mercado surgido das relações naturais cotidianas entre oferta e procura dentro das sociedades (liberdade), mas a subordinação do Estado a um mercado monopolizado (não aparentemente, é claro) pelos grandes conglomerados financeiros unidos em torno do objetivo de construir uma sociedade universal sob suas rédeas, onde, independentemente de voto, exercerão seu poder sobre os destinos de homens e nações.

Para nós, o que interessa é que os dez mandamentos de Washington definem com clareza a política econômica que nos vem sendo imposta, desde o governo Sarney e muito mais claramente durante o governo de FHC – que não conseguiu fazer tudo o que deveria por não ter tido apoio suficiente no Congresso. No caso de Lula, isso deixou de ser problema – e todos nós sabemos o porquê – e seguir os tais mandamentos esteve, e ainda está, também entre as visíveis prioridades do atual governo do PT. Todas as medidas de caráter político e social destes sucessivos governos vêm seguindo a linha de viabilizar o projeto esquerdo-globalista internacional em detrimento dos interesses da nação brasileira.

Quando as grandes organizações financeiras sobrepuseram seu poder sobre o dos Estados em que habitavam, passaram a controlar muito do que é feito em nome destes Estados. De modo que aqueles que pareciam ser nossos aliados no auge da guerra fria – quando o que interessava era salvaguardar um Brasil celeiro e com condições mínimas de desenvolvimento para absorver os donos do mundo fugidos de uma eventual guerra nuclear – depois, passaram a trabalhar justamente no sentido contrário, porque não era nem um pouco interessante que o Brasil viesse a se tornar um país desenvolvido que usufruísse das próprias riquezas – principalmente se isso começasse a se refletir nos campos de avanços tecnológicos bélico e nuclear e nos do agronegócio (que colocaria em risco a necessidade de expansão do mercado das grandes potências – diretamente vinculada à criação e manutenção de empregos).

Em meados dos anos 1980, as grandes corporações financeiras deram um salto, em termos de acúmulo de riqueza, por causa da “financeirização” do capital, quando este foi, aos poucos e bem discretamente, deixando de financiar a produção, de criar empregos e de proporcionar bem estar social, para se tornar um fim em si mesmo, ou seja, passou a financiar, incoerentemente, o anticapitalismo. O percentual de capitais aplicados no mercado de comodities (*) foi crescendo a ponto de hoje representar 95% das operações financeiras mundiais. Por causa da armadilha da “financeirização” do capital, entregando-se, por exemplo, à especulação no mercado de derivativos (**), os executivos financeiros e os Bancos tornaram-se reféns das grandes corporações financeiras, como o Grupo Rothschild e seus aliados, que controlam as flutuações dos mercados de derivativos, impondo suas decisões ao mercado financeiro. As teorias econômicas diziam (e ainda dizem) que os derivativos representam uma das mais importantes inovações financeiras dos últimos dois séculos, uma verdadeira revolução.

Uma revolução que escondia uma operação lógico-estratégica dos maquiavélicos aspirantes a donos do mundo: controlando todas as etapas da produção de um determinado bem de consumo qualquer, desde os insumos necessários à sua produção até sua venda no varejo ou no atacado, não é preciso ser muito inteligente para perceber que o resultado disso é que teriam condições de manipular tudo que estivesse relacionado a este bem – desde seus preços finais às suas eventuais influências nas cotações das ações de empresas que trabalhassem com este bem ou que dependessem de seu preço para atuar no mercado.

De modo que foi um golpe de mestre da City Londrina (centro financeiro de Londres) desviar o capital de todos os grandes empresários do mundo (e países inteiros estão aí incluídos) para o circo da ciranda financeira – aparentemente mais lucrativo e menos trabalhoso – para obter lucro e renda. Com isso, aquilo que compõe o verdadeiro capital (ligado aos meios de produção e à mão-de-obra) foi sendo paulatinamente absorvido pelos superpoderosos da City Londrina e dos EUA.

Operacionalizando a aplicação da sua fabulosa massa de capitais, resultante da venda das comodities, manipularam a mídia, para convencer a opinião pública, da “necessidade” de privatizar estatais, que foram comprando, através de empresas, de aliados e de subsidiárias. A venda de comodities e a compra de estatais foi um processo demorado, iniciado na Inglaterra, com a colaboração do Governo Thatcher e estendeu-se por todo o mundo. (o nosso FHC, por exemplo, em apenas quatro anos, realizou no Brasil quase o mesmo que Margareth Thatcher fez, em doze).

Já não é de hoje, por exemplo, que o banqueiro que ouse discordar das decisões da City Londrina passe a enfrentar sérias dificuldades, podendo até mesmo quebrar em curto prazo. Exemplos dessa ação no mercado de derivativos são: o Banco inglês Barings, que faliu em 1995, em razão de operações com derivativos e o Banco Japonês Toyobo, que perdeu mais de US$ 2 bilhões, em 1996, especulando com cobre. Quando os Bancos japoneses estavam falidos, o Banco Merril Lynch aproveitou-se da oportunidade para comprar uma Corretora também falida e se instalar naquele país – que era totalmente avesso à presença estrangeira em seu mercado financeiro.

Ao contrário do que fizeram o mundo praticar – o anti-capitalismo - o Grupo Rothschild e seus aliados passaram a controlar o mercado de derivativos, justamente porque praticam o capitalismo, ou seja, dominam completamente estratégicas cadeias de produção, para, a partir desta posição, determinar as oscilações nos mercados especulativos.

Os reis dos derivativos, utilizando a mídia e apoiados por governos que ajudaram a eleger, já concretizaram grande parte do seu projeto de troca de posições. O “rescaldo” foi no Brasil (CSN, Vale e etc.). Através de seu aliado, George Soros (Húngaro naturalizado americano), em julho de 1997, detonaram, por exemplo, a crise asiática, a partir da Tailândia, especulando contra o Bath (moeda local). Em razão do mercado de expectativas ser fundamental para a liquidez do sistema financeiro, os reis da City passaram a recompor sua posição vendida e a comprar mais algumas dezenas de empresas quebradas pela crise que eles mesmo provocaram.

Observação: Neste ponto já se pode introduzir uma reflexão importante. Ao contrário do que se costuma pregar, não há disputas ideológicas e nem de poder, pura e simplesmente: tudo se resume a dinheiro (que está inevitavelmente atrelado ao poder). É tudo por dinheiro, pelo prazer do exercício do domínio sobre os destinos da humanidade – é a vontade de brincar de Deus. Lúcifer queria ser Deus. Para mim, esse é o pecado original. Pecado esse que carregam todos os seres humanos desde o seu nascimento e do qual somente se libertam os que conhecem a liberdade. Há duas formas de conhecer a liberdade: pela predestinação ou pela construção do conhecimento.

O Grupo Rothschild vem repetindo historicamente esse tipo de procedimento especulativo. Nas guerras Napoleônicas, por exemplo, sua filial na França enfraqueceu o exército de Napoleão, ao negar-lhe financiamento. Na última batalha, “divulgaram”, em Londres, que Napoleão havia vencido a guerra. As cotações das ações despencaram. Os Rothschild compraram na baixa. Quando a notícia verdadeira foi divulgada, ganharam milhões com a alta. Não precisa dizer que as vítimas desse golpe sujo foram levadas à desgraça social e financeira – com todas as suas conseqüências.

A ação predatória dos especuladores de Londres tem provocado um severo custo social nos países alvo de seus golpes (e não adianta recorrer, porque eles têm controle sobre os organismos que servem de tribunais internacionais, que acabaram quase todos criados justamente por iniciativa deles mesmos). Depois que se apropriam de grandes empresas, muitas delas estratégicas, de países como o Brasil, por exemplo, estas mega-organizações transnacionais passam a financiar a comunização destes países – logicamente num terreno já antes lapidado pela ditadura do politicamente correto.

Por que? São várias as razões. Uma delas é que precisam da ditadura “branca” (aquilo que ousam chamar de democracia popular, mas que é uma ditadura comuno-populista – é o neocomunismo) para a prática da expropriação das riquezas nacionais (daquele país) ao preço que bem lhes convier, com a conivência dos ditadores populistas, e daqueles que o cercam no poder, ao lhes financiar o sonho do poder absoluto (e da riqueza, é claro). A ditadura branca é aquela onde o comunismo convive com a “democracia” da manipulação explícita (seja através da propaganda mentirosa, da manipulação da mídia ou ainda da política assistencialista do Estado provedor) e com a manutenção de uma economia pseudo-capitalista.

Ou seja, continua a existir naquele país um pequeno e médio empresariado nacionais – abusivamente taxado e vigiado – e uma enorme massa de trabalhadores – também taxados e que recebem salários bem abaixo do que receberiam numa economia que fosse efetivamente de mercado (como acontece na China, por exemplo). Essa gente sustenta o ciclo de consumo mínimo exigido pelo mercado e paga as despesas do Estado com a própria manutenção do aparelho estatal e da própria sociedade – que passa a ter castas mais bem definidas, com um índice mínimo de transição dos indivíduos de uma classe para outra. Na prática haverá um exército de pobres manipuláveis, uma classe média com poderes aquisitivos suficientes para morar e comer, uma classe intermediária já com poder aquisitivo um pouco maior e os milionários dos círculos de poder. Realiza-se assim o sonho da diminuição das desigualdades sociais – só que nivelando todos por baixo – e da distribuição mais justa de renda - só que sob o ponto de vista do Partido; ou seja, ele fica com a riqueza e o povo com a igualdade ditatorial e miserável.

Na ciranda financeira internacional e com a progressiva transformação da moeda em espécie, primeiro em talonários preenchíveis (cheques, notas de crédito e de débito), depois pelo moderno plástico (cartões de crédito e de operações) e ainda, posteriormente, apenas em números digitados (operações feitas por computador entre bancos, empresas e clientes), além do barateamento dos custos com a fabricação de dinheiro (papel e moeda), as moedas (principalmente o dólar) passaram a ser emitidas sem controle de lastros e de limites. De modo que, no cassino das finanças internacionais há um jogo cujo perdedor será quem ficar com os dólares falsos, moeda emitida, sem lastro e sem limites, por alguns dos principais bancos do mundo, controlados pela City Londrina e por Wall Street. Grandes economias do mundo, como a chinesa, a japonesa, a coreana e até mesmo a inglesa, por exemplo, são possuidoras de gigantescas somas desta moeda falsa, tanto na forma de reservas líquidas como em títulos do tesouro norte-americano. Uma corrida intempestiva em direção à conversão dessa “moeda” (em euros, por exemplo), ou à venda antecipada dos tais títulos, precipitaria rapidamente o fim do jogo, não dando tempo suficiente para que quem possuísse essa “moeda” a passasse adiante.

Sobre esse assunto especificamente, é bom que leia o artigo “AMÉRICA: DA LIBERDADE AO FASCISMO” (
http://infomix-cf.blogspot.com/2006_07_01_infomix-cf_archive.html), que poderá mostrar o quanto também estão a sofrer os cidadãos norte-americanos, para que não se atribua a eles adjetivos inadequados, como imperialistas, por exemplo. Ao contrário, as desgraças do totalitarismo fascista da Nova Ordem Mundial começam por atingir a eles, primeiro, partindo então, depois, para o resto do mundo – e ainda mascaram de “evolução de primeiro mundo” os modelos que exportam impositivamente para o resto da humanidade.

Sem chamar a atenção, então, e se valendo do artifício da compra de matérias primas, insumos básicos, etc., usando o “dinheiro falso”, os aspirantes a donos do mundo estão, inteligentemente, convertendo moeda falsa (sobre a qual detém o controle) em riqueza real. Por isso, no momento, pouco importa o valor relativo do dólar frente a uma moeda como o real, por exemplo, porque, mesmo assim, eles vão continuar importando tudo o que puderem de nós. Esse é um dos motivos pelos quais apesar dos juros altos e das constantes baixas da cotação da moeda americana no mercado brasileiro, as exportações ainda continuam em franca expansão. Essa é uma das missões do governo Lula, que engana o povo gabando-se do incessante aumento nas exportações (em áreas muito específicas, é claro) e dos constantes superávits da Balança Comercial brasileira, a despeito de nosso pífio crescimento (que, aliás, precisa manter-se pífio nesse jogo).

Não é preciso se aprofundar em conhecimentos de Economia para que se entenda o que é fundamental nesse capítulo. A financeirização da economia acabou por ir, aos poucos, permitindo com que o Estado fosse sendo desapropriado dos bens de produção e da administração de seus próprios recursos naturais. O resultado prático disso foram as privatizações em massa, por todo o mundo. Dessa forma os patrocinadores da Nova Ordem Mundial (grupo de empresas e de homens mais ricos e poderosos do planeta) puderam (e ainda continuam empenhados nisso) ir apropriando-se do controle dos processos produtivos de todos os bens de consumo do mundo (desde a extração de matérias primas até os produtos finais). Com isso, terão o monopólio mundial dos recursos necessários à vida humana e às sociedades modernas. “E os Estados comunistas?”, perguntarão os mais atentos. Destes não é preciso comprar empresas e bancos (já que elas já são monopólio do Estado); deles basta que se comprem os governos (o que, no “neocomunismo”, inclui os “pseudo-empresários” – na verdade monopolistas – apadrinhados pela nomenklatura que está no poder).


(*) Commodities são produtos "in natura", cultivados ou de extração mineral, que podem ser estocados por certo tempo sem perda sensível de suas qualidade, como suco de laranja congelado, soja, trigo, bauxita, prata ou ouro. Atualmente também são consideradas commodities produtos de uso comum mundial como lotes de camisetas brancas básicas ou lotes de calças jeans. Entenda o que são commodities (
http://www.economiabr.net/economia/5_commodities.html)

(**) O que são derivativos? São ativos financeiros cujos valores e características de negociação estão amarrados aos ativos que lhes servem de referência. Ou seja, o preço desse ativo é derivado de um outro. Na verdade, derivativos é o nome genérico de um grupo extenso de operações financeiras, as mais variadas, que tenham como base de negociação o preço ou cotação de um ativo (chamado de ativo-objeto). Neste grupo estão operações do mercado futuro, do mercado de opções, dos swaps e de todas as operações mais complexas de engenharia financeira. Entenda (
http://www.estadao.com.br/investimentos/glossario/d.htm)

7 de agosto de 2006

Série CAI O PANO - 5

CAI O PANO – Parte 2 (1)
NOMES, ENCONTROS E FESTAS

Pequena Introdução

Por ser esta série de artigos longa e ter que ser divulgada em capítulos, pode a princípio passar a impressão de que rumará ao ufanismo anti-imperialista, como acontece com tantas outras análises. Não rumará. Ela pretende estabelecer uma base de raciocínio para a discussão de um posicionamento brasileiro em relação às forças de poder mundialmente estabelecidas, a fim de transformar o Brasil, de objeto manipulado, em parceiro consciente, com direito a voto e a todos os benefícios de desenvolvimento, pela posição estratégica que ocupa no cenário de disputa mundial. O objetivo é: Conhecimento, Conscientização, Escolha de Parceiros Ideológicos e Econômicos (Pró-Ocidentais) e Imposição Inteligente de Contrapartidas Beneficiadoras.

Precisou de muita pesquisa para escrever esta série de artigos que resolvi chamar de Cai o Pano, que acabará por trazer luz ao que está por trás da construção de um Brasil que os brasileiros, com razão, têm a sensação de ser um Estado feito por eles, mas não para eles. Propositadamente, começarei pelo que deveria ser o último episódio desta Parte 2, quando então, todos poderiam fazer as ligações certas entre nomes, lugares, encontros e festas. Entretanto, se formos lendo já sabendo sobre o destino de certos personagens, conseguiremos entender melhor as razões de tantas opções sociais, políticas e econômicas que nortearam (ou vitimaram) a vida de milhões de brasileiros nos últimos 20 anos.

Em maio de 2004, a revista IstoÉ Dinheiro publicou uma glamourosa reportagem sobre o mega empresário brasileiro Mário Garnero que, aos olhos de muitos de nós mortais brasileiros, poderia fazer sentir até mesmo certo orgulho, pelo prestígio que muitos compatriotas foram capazes de conquistar no cenário internacional, freqüentado pelos mais ricos e poderosos homens do planeta. Serviu até para matar a saudade da época em que tínhamos um Presidente, que desfilava pelo mundo, exibindo a imagem altiva e aculturada de quem tinha o respeito e a receptividade entre os grandes líderes mundiais, e que todos nós achávamos que fosse em nome do Brasil e dos brasileiros. Nunca foi. Falo de FHC, é claro.

Foram três dias em que os melhores salões da corte inglesa receberam o invejável grupo de conselheiros de Garnero. O primeiro evento foi um almoço no salão de recepções do Palácio St. James, em Londres, de propriedade de Lorde Jacob Rothschild, decano da família de banqueiros mais influente do mundo nos últimos dois séculos. Na ocasião, o príncipe Andrew em pessoa disse à reportagem que Mário Garnero era um exemplo de como o Brasil poderia liderar a aproximação comercial entre o Ocidente e os novos mercados do Oriente e que caberia aos brasileiros “um papel estratégico no novo cenário das relações comerciais internacionais”.

O Palácio, que só é aberto em ocasiões especiais, naquele 16 de maio de 2004, foi o cenário de mais uma edição do encontro anual do Conselho Internacional do Brasilinvest, um banco de negócios que está à frente de investimentos bilionários por todo o mundo (cerca de US$ 3 bilhões, segundo à reportagem). O grupo de conselheiros inclui, além do próprio Jacob Rothschild, seu filho Nathanael (40 anos), que preside o fundo Atticus, com US$ 3 bilhões em ativos; o sheik Salman Bin-Khalifa Al Khalifa, vice-presidente da estatal petrolífera do Bahrein (cuja produção de óleo é três vezes maior que a da nossa Petrobras) e Youssef Hamada Al-Ibrahim, ex-ministro das finanças do Kuwait, ambos representantes dos petrodólares do Oriente Médio.

Tem mais. Pela China, David Tang, o Rei da seda e sócio de um verdadeiro império no varejo de luxo. A antiga URSS também está representada pelo líder mundial na produção de alumínio, Armen Sarkissian, e pelo ex-primeiro ministro da Armênia, Oleg Deripaska. Mais conhecida como a Dama de Ferro, a ex-primeira ministra da Ingleterra, Margareth Thatcher também faz parte do seleto grupo.

Compareceram como convidados o ex-presidente norte-americano George Bush (o pai) – como homenageado - amigo dos Garnero há três décadas; Javier Valls Taberner, controlador do terceiro maior banco da Espanha, o Banco Popular; e ninguém menos que o governador de Minas Gerais, Aécio Neves, a quem Garnero apresentou a Bush como provável futuro presidente do Brasil. Foi levado a sério: durante os dias seguintes, o ex-presidente americano desfilou com um broche da bandeira de Minas Gerais e, ao discursar, no salão real, citou a presença do “futuro presidente do Brasil”.

O local ficou marcado na biografia de Bush como o palco de uma reunião histórica da cúpula do G7, o grupo das nações mais ricas do mundo, em julho de 1991, quando o então Presidente norte-americano encontrou-se com Mikhail Gorbatchov, à época líder da União Soviética, e fizeram um acordo para encerrar a era da Guerra Fria. Em dezembro daquele ano, Gorbatchov seria deposto e a União Soviética desmantelada (nós que acompanhamos a série CAI O PANO sabemos o porquê).

Lorde Jacob Rothschild considera Granero como um quarto filho. Além dele, Mr. Rothschild também tem laços fraternos com a família brasileira dos Safra – do Banco Safra. Os tentáculos do Lorde inglês espalhan-se pelo mundo: Rupert Murdoch, o rei da mídia australiana, por exemplo, o elegeu como tutor de seu filho James (33 anos), no comando da TV por satélite BSkyB – que, hoje, no Brasil, detem cerca de 90% do controle da TV a cabo, depois de ter encampado a DirectTv e parte da Globo Sat. Mikhail Khodorkovsky, do grupo petrolífero Yukos, apontou seu nome como uma espécie de administrador de seus negócios bilionários, enquanto estava na prisão, sob acusações de fraude e sonegação. Outro russo, Deripaska (já citado), negocia com Rothschild o lançamento de um fundo para investimentos na Rússia, enquanto sonha com um projeto envolvendo russos, chineses e brasileiros.

Na manhã do dia seguinte, 17 de maio, foi a vez do Savoy Hotel, quartel-general do Brasilinvest na reunião de Londres, onde o grupo do Brasilinvest reuniu-se para trocar experiências e falar de investimentos. O almoço foi num dos salões do Savoy, onde está um busto de Winston Churchill, lendário primeiro-ministro britânico que comandou a reação inglesa na II Guerra Mundial. Entre os presentes, o francês Marc Pietri, dono da Constructa, maior construtora da França, o presidente da fábrica de artigos esportivos Head, Johan Eliasch, e a americana Georgette Mosbacher, dona de um império de cosméticos (Borghese) e spas.

Na reunião, o sheik Khalifa (já citado) demonstra grande interesse em projetos como a construção de ferrovias no coração do Brasil, lançamento de bônus ecológicos e ecoresort na Amazônia, sociedade com o megainvestidor George Soros para atuar no mercado de securitização de recebíveis no Brasil, US$ 250 milhões em hotéis em Cuba, um complexo turístico/empresarial em Santa Catarina, etc. Não é só ele: Nicolas Berggruen, do grupo Alpha Investments and Management, dono de US$ 2,5 bilhões em caixa e de aplicações em setores de bebidas e de mídia, tomou informações sobre o mercado de televisão no Brasil. Berggruen, amigo de Jorge Paulo Lehman, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira - donos da Ambev -, foi o controlador do Media Capital, um dos maiores conglomerados de comunicação de Portugal. Não faltaram as figurinhas repetidas: David Tang, Mário Bernardo Garnero, filho do anfitrião, e George Bush.

Ainda não acabou. Falta falar do jantar de gala na Two Temple Place, uma mansão vitoriana de propriedade de Washe Manoukian, um armênio nacionalizado libanês, que está entre as maiores fortunas do mundo (US$ 4 bilhões) e cujas propriedades na Inglaterra só perdem em valor e quantidade para as da rainha. O jantar não foi menos ilustre em termos de freqüência: o príncipe árabe Turki Al Faisal, o presidente mundial do HSBC, John Bond, e até um Winston Churchill, neto do original, estavam presentes. Havia outros: Nemir Kirdar, banqueiro de origem iraquiana - do grupo Investcorp -, responsável pelo ressurgimento de ícones como Saks, Tiffany e Gucci e que tem US$ 2,7 bilhões investidos em empresas de vários continentes; além de John Major, ex-primeiro-ministro britânico. Fim dos três dias de business festival.

Vamos falar de acontecimentos mais recentes. Maio de 2006 – Nova Iorque: festa do presidente da Cia. Vale do Rio Doce, Roger Agnelli, o “Homem do Ano”. Presenças: FHC, José Serra, Aloizio Mercadante, Renan Calheiros, José Sarney, ACM e Aécio Neves. O Senador Aloizio Mercadante (PT-SP) e o Ex-presidente Fernando Henrique Cardoso estavam em NY para participar, como palestrantes, do 1st Annual Brazil Conference - Connecting Global Investor with Brazil’s opportunities promovido pelo Itaú Securities – um encontro entre os 50 maiores investidores estrangeiros no Brasil. Os dois almoçaram juntos (16/05) e Mercadante esteve presente à palestra de FHC. Quem diria?! Gente tão cheia de animosidades recíprocas em território nacional parece entender-se perfeitamente em solo estrangeiro.

Outro acontecimento recente que merece destaque é a divulgação do relatório "Building a North American Community", onde o Council of Foreign Relations, o grupo mais poderoso de difusão da ideologia globalista, admite que está unido aos grupos Bilderberg e Wehrkunde (grupos altamente secretos de potentados da política e da economia) para planejar a implantação de um governo mundial e inaugurar uma nova civilização planetária, de forma progressiva, porém rápida (http://www.midiasemmascara.com.br/artigo.php?sid=4819). O que nos interessa, entretanto, é que na última reunião dos Bildergergers, em Portugal, na cidade de Sintra, os Rockefellers, Gorbachov, George Soros e (surpresa!) Fernando Henrique Cardoso estiveram reunidos para decidir os destinos do mundo.
Ao que parece, os três business men international meeting acima relatados, aparentemente, demonstram o que muita gente já sabe: que muitos de nossos políticos e empresários são figuras importantes, internacionalmente conhecidas e respeitadas. E daí? Essa gente parece viver mesmo em outro planeta – diriam alguns. E daí, nada, se estes homens não estivessem trabalhando para fazer daquilo que hoje conhecemos como Brasil mais um dos pedaços (ainda que de proporções continentais) de terra do grande e unificado império mundial apátrida, à custa do suor, do sangue e da propositalmente criminosa desinformação do povo brasileiro. Pior: à custa dos votos de milhões de brasileiros que, roubados e enganados, os colocaram no poder, para que governassem por eles e para o Brasil e não para que usassem seus cargos na construção egoísta de sonhos lunático-ditatoriais daquilo que julgam vir a ser o mundo perfeito, uniforme e unânime – e que, no final das contas, sabemos nós, pretendem transformar (ainda que inconscientemente por parte de muitos deles) a América do Sul, abaixo da linha do Equador, em ZONA DE RETAGUARDA ORIENTAL.


Não pensem vocês que os homens que passaram pelos sucessivos governos do Brasil, desde o fim da época em que estiveram por lá os militares, até os dias de hoje, tenham sido diferentes em sua ascensão ao poder e que não tenham servido aos mesmos senhores e objetivos – dentre os quais nunca esteve o desenvolvimento do Brasil, na medida de suas reais possibilidades. Todos eles, um após o outro, cada um à sua maneira, conduziram nosso país por caminhos que eram determinados além de nossas fronteiras.

Seguem quatro notícias, aparentemente sem conexão uma com a outra, mas que na verdade fazem parte de um mesmo fio de meada. As partes grifadas poderão ser melhor compreendidas durante a leitura de todas as partes que compõem a série de artigos CAI O PANO.

Em 1997, convidada pelo então presidente americano, Bill Clinton, para uma recepção no Itamaraty, a, também então Senadora, Marina Silva, recebeu atenção especial do visitante. Ofereceu ao presidente americano o mais detalhado relato sobre os programas de desenvolvimento auto sustentado na Floresta Amazônica. O imotivado prestígio internacional da Senadora do Acre, assim como o do falecido Chico Mendes, tem como fonte o interesse das transnacionais globalistas na Amazônia. É a busca de aliados e legitimidade política para uma eventual intervenção na Região. Apoiar minorias, supostamente injustiçadas, e explorar diferenças regionais é um meio de se obter “legitimidade política” e apoio da opinião pública mundial. (OESP 10/12/97). Bill Clinton foi um dos grandes homens da esquerda internacional globalistas na Presidência dos EUA – responsável pelo aprisionamento das estratégias de defesa norte-americanas aos padrões e pressões da indústria do politicamente correto.

Tucanos começaram a admitir a candidatura de Aécio Neves como solução para o impasse Serra X Alckmim. Mas os planos são de emplacar Aécio na Presidência, em 2010. Afinal, Alckimin saiu candidato pelo PSDB ao que parece como queima de cartucho, ficando Aécio como candidato à reeleição ao Governo de Minas Gerais, já que Lula é necessário para dar prosseguimento aos planos do CFR. Entretanto, temendo ser contaminado pelo fraco desempenho de Geraldo Alckmin na corrida presidencial, o governador mineiro conversou demoradamente com o presidente Lula, durante uma de suas visitas a Minas. Os dois firmaram uma espécie de pacto: Lula influirá para que o PT mineiro não atrapalhe a reeleição de Aécio e o governador tucano, por sua vez, não se empenhará em demasia para fazer Alckmin deslanchar em solo mineiro.

O ex-governador Anthony Garotinho, elevou o tom das críticas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em nota oficial, Garotinho chama Lula de traidor: "Lula é um traidor do povo brasileiro. Está a serviço do capital financeiro nacional e internacional e quer um segundo mandato para completar a obra de Fernando Henrique Cardoso”. Garotinho diz ainda que num eventual segundo mandato, Lula vai privatizar o país: "Não tenham dúvida: se Lula tiver um segundo mandato vai privatizar o Banco do Brasil, a Caixa Econômica Federal, a Petrobras e acabar com os direitos trabalhistas", afirmou.

Não se pode esquecer da figura de Hugo Chavez - o presidente da Venezuela - que é o encarregado de levar a cabo o projeto de unificação da América Latina, num único bloco, a serviço da "aldeia global" governada sob o regime de Capitalismo de Estado (ou Comunismo de Mercado, como queiram), sob o domínio das grandes corporações transnacionais (A NOVA ORDEM MUNDIAL). Há que se notar, ainda, que a Venezuela virá a cumprir o que Cuba estava destinada a fazer, desde sua comunização - nuclearizar o continente sul-americano, acima da linha do Equador, em base próxima ao território norte-americano. Lembrem-se do espisódio Kennedy x Fidel Castro e os mísseis de Cuba.

Outra coisa que venho sempre dizendo: o Estado norte-americano (a nação e o povo) passam pela mesma opressão esquerdista pelas quais passam também países europeus e pela qual passamos igualmente nós brasileiros. O fato das oligarquias formadas por empresas transnacionais estarem com seus centros de decisão sediados nos países mais poderosos do mundo - principalmente nos EUA - não deve tornar-nos cegos a ponto de confundirmos este país (sua nação - território+povo+instituições) com o Estado Paralelo Oligárquico Transnacional lá instalado. Os dois "Estados" se confundem propositadamente, para que o projeto de destruição do maior estandarte da cultura capitalista ocidental cristã possa ser destruído - de dentro para fora e de fora para dentro. De fato, a obra é tão perfeita, que é muitíssimo difícil saber onde começam os EUA (de fato e de direito) e o Estado paralelo - coisa que torna mais difícil ainda determinar quando está a agir o primeiro e quando age o segundo.

Observações Bibliográficas

Alguns leitores sempre escrevem pedido uma bibliografia para orientar ou para garantir embasamento sobre a Série. Infelizmente, não há um livro, ou vários deles, que poderia citar como referência específica. Não há um roteiro de consultas específico. São 13 anos de estudo e de entrelaçamentos entre fatos que saem nos jornais e revistas - tanto nacionais como internacionais - que são feitos com base no olhar estratégico nuclear em que se baseia a "tese" da Zona de Retaguarda. A tese foi, primeiramente, desenvolvida por dois ex-militares da área de Comunicações do Exército Brasileiro - um deles já falecido - , que me deixaram não só seu legado de estudos, mas a missão de aprimorá-los, bem como decidir a hora em que seria oportuno divulgar um tema tão polêmico.
Portanto, o que os leitores acompanham, em capítulos, é a contrução de uma teoria que somente foi possível graças às primeiras observações desses dois homens, que estavam perto do poder e que tinham acesso a uma série de informações que só vieram a ser de domínio público alguns anos mais tarde. O trabalho, depois, foi captar os fatos, sob o olhar da teoria da Zona de Retaguarda, e entrelaçá-los, sempre com a preocupação de vir atualizando-os, de modo a que todas as pessoas pudessem enxergar os fatos com a mesma clarividência. É um processo contínuo de construção, ainda não acabado - posto que o tema é atual e está longe de seu desfecho.
É obvio que, além do trabalho de "clipping" jornalístico, há uma série de livros que precisam e devem ser lidos. Em breve, estarei divulgando uma seqüência deles. Há o "pulo do gato" também, que são alguns informantes "irreveláveis", no momento - faz parte do trabalho jornalístico não revelar fontes sem a autorização das mesmas, principalmente quando isso puder vir a prejudicar um trabalho que poderá ser de grande serventia às novas gerações.